Viajar em tempo de pandemia: minha experiência em voo Portugal - Brasil

Viajar em tempo de pandemia não foi uma ideia que eu gostaria de por em prática. Aliás, é por isso que, antes de contar minha experiência, digo que acredito não ser a melhor hora para fazer turismo.

Eu sei que parece tudo muito estranho, e que há várias teorias para colocar culpa, justificar a situação, apontar erros... e que nenhum de nós imaginava viver um tempo como estes. Aliás, acho que a maioria nem sabia que existia diferença entre pandemia e epidemia (você pode ver aqui a diferença).

E como tudo isso acontecendo - vírus, medo, teorias - eu confesso que não me sinto a vontade para "turistar" e tão pouco para influenciar alguém a conhecer algum destino.

Desde março, após dias de #lockdown em Portugal, passeamos um pouco pelo país, por cidades onde passamos o dia e regressamos para casa, mas em nenhum momento decidimos ir para um hotel ou outro alojamento.

Por outro lado, também sei que nenhum país vai conseguir com facilidade atravessar a crise financeira que já se vive. E por isso, optei por pedir alimentação de alguns restaurantes e ir a outros, além de motivar o setor vínico que faz parte da minha paixão pelo enoturismo e que vivencio no @mulheresamantesdevinhos

Feito este brevíssimo balanço, vou contar a minha experiência em um voo Portugal - Brasil (e vice-versa) no mês de novembro de 2020. Esta viagem teve como motivo visitar os meus avós (que são como meus pais) e que eu não via há dois anos.

A viagem estava programada inicialmente para o mês de março de 2020, época em que meus filhos teriam férias e poderiam ir sem maiores transtornos. No entanto, foi neste mesmo mês que tudo fechou, e acabamos por cancelar a ida ao Brasil. Simplesmente impossível.

O inimaginável aconteceu: fronteiras fechadas, sem voos, todos em casa - em alguns países a vigilância era tanta que até mesmo questionavam em qual supermercado pretendia ir. Aqui tem um vídeo interessante sobre como foi em Barcelona.

Diante do cancelamento, fomos informados de que, para não pagar diferença tarifária, teríamos que voar até 30 de novembro, o que me fez deixar a passagem para o mais próximo possível desta data, tentando ver se o mundo estabilizava e diminuíamos o risco durante a viagem.

Além do nosso risco pessoal - meu e dos meus filhos - também existia o fato de elevarmos o risco para meu marido e meus avós (pessoas com quem obrigatoriamente estaríamos).

Enfim, viajamos em novembro de 2020, saindo de Lisboa para Campinas, e tendo como destino final a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo.

Experiência do Voo Internacional

Nosso voo foi realizado pela Azul Linhas Aéreas S/A. Durante todo o tempo de voo os Comissários de Bordo foram extremamente atenciosos, o que levou algum conforto.

O embarque foi realizado com mais organização do que o habitual. Logo após todos embarcarem, e se sentarem, foram ofertados saches de álcool em gel para higienização.

Uma preocupação era o entretenimento, pois alguns falavam que não se podia mais utilizar a televisão do avião. Ainda bem que não foi assim. Tínhamos vários filmes disponíveis, bem como séries, sem qualquer limitação imposta pela pandemia.

Foram servidas duas refeições - café da tarde/café da manhã e jantar/almoço. As refeições foram compostas por entrada, prato principal e sobremesa, bebidas. Confesso que achei que a porção principal não era muito farta, mas o fato é que ninguém ficou com fome.

O voo de ida - Lisboa-Campinas - estava extremamente cheio, e essa foi a nossa grande surpresa. Era impossível estar distante de pessoas que não faziam parte do círculo familiar. Ou seja, não se respeitou o distanciamento social.

Já o voo de volta - Campinas-Lisboa - veio de forma agradável e a causar menos insegurança neste quesito (distanciamento social), pois eram muitos os lugares vazios e as pessoas se realocaram sem constrangimentos.

Não posso deixar de dizer que durante todo o tempo do voo, exceto no momento da refeição, é obrigatório o uso da máscara. Melhor dizendo: o uso correto da máscara, cobrindo o nariz e a boca. Houve fiscalização durante todo o percurso, achei ótimo (teve gente que se esqueceu de cobrir o nariz e foi lembrado).

No momento do desembarque a organização chamou a minha atenção. Os Comissários liberam por pequenos grupos e fazem uma verdadeira barreira física para evitar que fiquem todos de pé e juntos. Não adianta dizer que tem outro voo, que está preocupado com conexão... é na ordem e ponto.

Experiência do voo nacional

Durante o trecho nacional - Campinas-Vitória - o voo estava completamente cheio. O avião por si só já é menor, e não havia qualquer distanciamento social. Foi a parte mais complicada em termos de voo.

No trecho nacional a Azul Linhas Aéreas S/A informa que o serviço de bordo é feito ao final, e quando pousamos, já ao sair do avião, é ofertado biscoito e gomas (aquelas fofinhas em formato de avião).

Experiência em Aeroporto

Nesta viagem passamos por três aeroportos diferentes: o aeroporto de Lisboa, o de Campinas e de Vitória. E foram três realidades.

Aeroporto de Lisboa: esse foi o que mais me causou espanto, e a razão foi simples: muito vazio. Para quem estava acostumada a ir neste aeroporto nos últimos três anos, ver sem quase movimento é uma tristeza.

De todo modo, especialmente quanto a pandemia, o aeroporto me causou sensação de segurança. Por causa do pouco fluxo de pessoas, o distanciamento é certo. Há vários pontos com desinfetante de mãos. Assim, para diminuir o possível contágio, deve cada um fazer a sua parte e higienizar as mãos com frequência e usar a máscara corretamente.

Aeroporto de Campinas: embora não existisse um fluxo muito grande de passageiros, e várias cadeiras nas quais não se podiam sentar para se permitir o distanciamento social, na área de restaurantes as pessoas ficavam por muito tempo - para estarem sem máscaras.

Decidimos esperar passar o fluxo de maior pessoas para nos sentarmos e comermos (vi um grupo que já estava lá e continuou mesmo depois de comermos).

Aeroporto de Vitória: no horário do nosso voo eu acredito que era o único que estava com embarque agendado. No momento do check-in houve um pouco de tumulto e acúmulo de pessoas, pois alguns voos foram cancelados/atrasados.

Fora este momento, o embarque foi muito organizado e fluiu rapidamente.

Impressões sobre viajar em tempo de pandemia:

Se for preciso, viajo novamente, mas prefiro esperar um pouco mais;

As Companhias Aéreas e Aeroportos estão empreendendo esforços para levar segurança aos passageiros (obviamente é o negócio deles em risco), mas os passageiros precisam ter mais consciência (usar corretamente a máscara e não ficar sem além do tempo necessário);

Durante a imigração os processos deveriam ser acelerados - colocando mais funcionários em turnos específicos - especialmente no Brasil, onde a fila para nacionais demorou mais do que qualquer outra. Não adianta sentarmos separados e ficarmos 1h na fila em conjunto.

Dicas úteis:

Retire a máscara apenas para comer (voos longos);

Use seu álcool em gel sempre, especialmente quando for ao banheiro, mexer na cadeira ou na televisão;

Durante o tempo no aeroporto não fique aglomerado. O embarque é feito por categorias, e não adianta tentar embarcar antes do seu tempo;

Leve algumas máscaras para a troca (recomenda-se que sejam trocadas a cada 4 horas).

Viajar em tempo de pandemia: minha opinião

Eu não sinto vontade de viajar como o mundo está. Não quero ir a um lugar desconhecido e ficar o tempo todo de máscara, ou mesmo correr o risco de ficar doente e não falar a língua local, ou mesmo não me sentir segura em termos de assistência médica.

Se você se sente, e acredita que é o melhor, tenha consciência e siga as regras que foram determinadas pela OMS. Também veja se o local de destino exige algum exame ou outra condição.

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