Sachsenhausen: campo de concentração

Escrever sobre um campo de concentração não é das coisas que mais gostaria.

Informo logo que o post traz memórias doloridas. Se não for do seu interesse, deixe para ler sobre outro lugar, anotar outras dicas. Pule este.

Mas se eu estou fazendo estes comentários, qual a razão de escrever sobre Sachsenhausen? Por que reforça a minha ideia de que devemos conhecer a história para evitar novos erros.

Sachsenhausen fica bem próximo a Berlim, e por isso, é uma oportunidade visitar quando se está na capital alemã. São aproximadamente 40 km entre os dois locais.

O campo de concentração de Sachenhausen foi construído em 1936, tendo sido o primeiro após a nomeação de Heinrich Himmler para chefe da Polícia Alemã.

Tornou-se lugar de extrema importância para o sistema de campos de concentração nazista, por estar perto da capital do Reich, sendo campo de modelo e treinamento.

Sachsenhausen chegou a ter 200.000 (duzentos mil) prisioneiros entre 1936 e 1945. Se no início eram levados os opositores políticos, posteriormente, foram levadas minorias raciais tidas pelo sistema como inferiores.

Foram dezenas de milhares de mortos: doenças, fome, trabalhos forçados, assassinatos sistemáticos da SS.

Nos dias 22 e 23 de abril de 1945, soldados soviéticos e poloneses libertaram os últimos sobreviventes de Sachsenhausen.

Não obstante o fim do domínio nazista, o serviço secreto soviético transferiu o Campo Especial n. 7 para o centro do antigo campo nazista de Sachsenhausen. A maioria dos edifícios foi utilizada para as mesmas funções.

Nesta etapa ficaram presos funcionários do baixo escalão nazista, opositores políticos e prisioneiros julgados pelos tribunais militares soviéticos (e que poderiam ter relação ou não com o sistema nazista).

Outra mancha de horror: até o fim do campo, em março de 1950, cerca de 12.000 (doze mil) pessoas morreram por desnutrição ou doenças.

Em 1961 é inaugurada a transformação do local, para que seja visto como a vitória contra o fascismo.

Desde 1993, com a reunificação alemã, o Memorial e Museu Sachsenhausen torna-se parte de instituição pública, e seus edifícios reforçam a garantia da lembrança, facilitando a compreensão do local, reforçando a vivência da história para que ela jamais se repita.

Uma das áreas que mais me emocionou foi a pista de teste de calçados - ela foi criada em 1940, com diferentes pisos, para que os prisioneiros que estavam no castigo marchassem em cima, fazendo testes nos materiais utilizados pela indústria alemã.

Há histórias vivas em Sachsenhausen: relatos de prisioneiros contados através de cartas deixadas aos seus familiares, peças de roupas... por muitos momentos não consegui ouvir as histórias e apenas vi os objetos.

Outro local que me emocionou foi a fossa comum. Eu não consigo imaginar o sofrimento de uma família que jamais pode enterrar seu parente por sequer poder distinguir qual seria o seu corpo.

Sachsenhausen possuiu várias fossas comuns, algumas que na maior delas, cerca de 7.000 (sete mil) pessoas foram enterradas.

Não é fácil visitar um local como este. São memórias de horror vivas e que nos tocam profundamente.

É um sentimento de dor e vergonha, mas é tão grande que é impossível não me emocionar em cada vez que penso sobre ele - e acho que esse é o verdadeiro motivo para ter demorado tanto a escrever sobre ele (a visita foi em setembro de 2016).

Se eu voltaria? Sim. E recomendo a todas as pessoas. Os motivos? Nos tornarmos pessoas melhores.

"Como pode alguém fazer isto a outro ser humano?" (do livro O Tatuador de Auschwitz, pág. 19)

Como chegar:

  • De carro: saindo de Berlim, utilize a rodovia A10 até a saída Birkenwerder, e siga na direção Oranienburgo. Já estará na cidade, e basta seguir as placas do memorial.

  • De trem: Trem regional RE5 saindo de Berlin Hauptbahnhof até Bahnhof Oranienburgo (aproximadamente 25 minutos)

A melhor opção é ficar hospedado em Berlim. É muito rápido para ir e voltar, e há mais opções de hotéis. Você pode escolher o seu hotel clicando aqui.

Endereço:

Straber der Nationen 22, Oranienburgo, cep D-16515

Horários:

Para conferir os horários, acesse o site oficial.

Há audioguia em Português :)

Para conhecer o local onde os nazistas foram julgados, leia mais em Tribunal de Nuremberg.

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